"Leonera"

"Leonera"

O filme de ficção nos mostra algumas realidades.

Dentre elas, podemos destacar duas.

A primeira, muito bem trazida na Monografia "Vidas em jogo: um estudo sobre mulheres envolvidas com o tráfico de drogas”, de Sintia Soares Helpes, se refere ao papel (ou diversos papeis) desempenhado pela mulher na sociedade ainda com traços patriarcais. No sentido da culpa ou preocupação que a mãe presa possui por ter um filho na cadeia ou ali cuidar do mesmo. Sintia, assim relata no seu trabalho sobre o tráfico e mulheres nele envolvidas: "Acreditamos que justamente o significado da frase “filho é de mãe, e não de pai” é o que faz com que estas mulheres sofram tanto por não estarem próximas de seus filhos. Sentem-se culpadas pelo sentimento de abandono que imaginam terem imposto aos seus filhos, ainda que a principal motivação para entrada e permanência no tráfico tenham sido eles".

Isso pode ser percebido quando a mãe de Julia, atriz principal, tenta retirar-lhe o filho e esta, mesmo sabendo que a vida para ele pode ser melhor do lado de fora, luta com toda sua raiva para que o mesmo fique dentro da Penitenciária.

O outro ponto se refere ao "tempo que a cadeia possui". A protagonista principal do filme pode esperar o "pouco" tempo que lhe resta de pena a cumprir, acabar com esta obrigação e se ver livre da mesma. Contudo, prefere fugir. Assim faz porque o tempo que ali se passa não é o mesmo que se passa quando se está livre. Alguns poucos anos de reclusão são muitos anos.

Abaixo, a sinopse:

"O dia amanhece e Julia (Martina Gusman) está rodeada pelos corpos ensanguentados de Ramiro (Rodrigo Santoro) e Nahuel. Ramiro ainda está vivo, mas Nahuel está morto. Ela é presa e enviada a uma penitenciária específica para mães e grávidas sentenciadas. Nos primeiros dias Julia permanece reclusa, mas aos poucos faz algumas amizades. Uma delas é Marta (Laura Garcia), que já criou dois filhos na prisão e torna-se sua conselheira".

ASSISTA AO TRAILER: https://www.youtube.com/watch?v=GxyVs7P1WZY